sexta-feira, 18 de novembro de 2011

GOLEIRO - ESTE FEZ HISTÓRIA --- JAGUARÉ

Jaguaré em destaque na equipe do Vasco de 1929.
    Quem acha Higuita ou Chillavert goleiros originais e arrojados, não conheceu as aventuras de Jaguaré Bezerra de Vasconcelos, ou somente conhecido como JAGUARÉ. 
   Este goleiro acrobático nasceu em 1900 no Rio de Janeiro e trabalhava no cais do porto como estivador, até que foi descoberto em uma pelada pelo zagueiro vascaíno Espanhol. Chegando ao Vasco em 1928, Jaguaré teve uma carreira meteórica: no mesmo ano chegou à Seleção Brasileira. Entre suas várias travessuras, Jaguaré gostava de provocar os atacantes jogando a bola em suas cabeças só para que pudesse fazer nova defesa. Defendia pênaltis com os pés e com uma só mão, e depois ficava girando a bola sobre o dedo indicador, como os jogadores da NBA fazem hoje em dia com bolas de basquete. 
    Foi campeão Carioca em 1929. Em 1931 o Vasco da Gama foi fazer uma turnê na Europa e Jaguaré foi tão bem que acabou sendo vendido para o Barcelona, nesta que foi a primeira excursão feita pelo Vasco à Europa. Como a vaga no gol do time catalão já estava ocupada pelo fenomenal espanhol Ricardo Zamora, Jaguaré acabou indo para o Olimpique de Marselha, da França. 
    Na França que sua glória foi ainda maior. Jaguaré foi campeão francês tendo sofrido apenas um gol em toda a temporada. No último jogo, surpreendeu a todos deixando sua meta para converter um pênalti, fato praticamente inédito na época. Por tudo isso, Jaguaré virou celebridade e ganhou o apelido de "Le Jaguar". 
    Com medo que estourasse uma guerra na Europa (no início dos anos 30 a situação já era tensa no continente), Jaguaré voltou ao Brasil. Voltou do Velho Continente com medo da guerra. Chegou sem um tostão. O dinheiro que ganhou, e não foi pouco, gastou tudo pelas esquinas da vida. Logo que chegou, visitou São Januário e desafiou os atacantes a fazerem gol nele usando bolas de tênis, em vez das de futebol. Jaguaré não sofreu nenhum gol. A torcida foi ao delírio. Jaguaré ainda jogou no Corinthians e encerrou sua carreira no São Cristóvão não tendo o mesmo brilho de antes. 
    Voltou a ser estivador e quando falava do seu passado, todos riam e não acreditavam em Jaguaré. Depois, desapareceu. Sabe-se que foi para a cidade de Santo Anastácio no Oeste paulista. Em 1940, Jaguaré voltou a ser noticia dos jornais. Em um canto de página policial, estava a noticia de que o antigo goleiro do Vasco tinha se envolvido em uma briga com policiais, que o espancaram até a morte. Jaguaré foi enterrado como indigente.
   
    Segundo a lenda do futebol Jaguaré foi o primeiro goleiro no Brasil a usar luvas, tendo trazido esta idéia de sua trajetória na Europa. 

Um comentário: